Você sabe o que é Alzheimer?

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À primeira vista, essa palavra assusta. Estamos falando de uma doença que atinge milhões de pessoas ao redor do mundo que se encaminham para terceira idade. Mas afinal, você sabe o que é Alzheimer?

O Mal de Alzheimer é uma doença degenerativa sem cura, mais comum em pessoas maiores de 65 anos. Caracterizada pela perda progressiva de neurônios, é a principal causa de demência em idosos, atingindo cerca de 35,6 milhões de pessoas no mundo.

Assim como, a população envelhece, a perspectiva é de que esse número aumente.

Nesse sentido, doenças que comprometem funções cognitivas, como por exemplo, atenção, percepção, memória, raciocínio, pensamento e linguagem, estão relacionadas ao estresse oxidativo.

Dessa forma, o estresse oxidativo pode levar ao desenvolvimento de tumores e de doenças degenerativas do sistema nervoso, como Parkinson e Alzheimer.

O selênio 🔍

Logo, substâncias antioxidantes são capazes de retardar ou mesmo impedir essas reações de oxidação, tendo papel na eliminação dos radicais livres e na proteção das células.

Moléculas antioxidantes podem ser produzidas no próprio organismo ou obtidas por meio da alimentação.

O selênio é um micronutriente com ação antioxidante, sendo importante para o bom desempenho das funções do cérebro, que apresenta alto consumo de oxigênio e possui muitos ácidos graxos insaturados, características que o tornam um órgão particularmente vulnerável ao estresse oxidativo.

Algumas pesquisas mostram que pessoas com Alzheimer apresentam deficiência de selênio.

Como a castanha do Brasil, também conhecida como castanha do Pará, é um alimento rico em selênio, a pesquisadora Bárbara Rita Cardoso, da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo (USP), decidiu investigar os efeitos do consumo de castanha em pacientes com comprometimento cognitivo leve, quadro clínico que precede a doença de Alzheimer.

Como foi feita a pesquisa no ano de 2016 🔬

A princípio, a pesquisa contou com a colaboração de pacientes, acima de 60 anos, do Departamento de Geriatria da Faculdade de Medicina da USP, que apresentavam comprometimento cognitivo leve e deficiência de selênio.

Esses pacientes foram, aleatoriamente, divididos em dois grupos. Os paciente do grupo experimental receberam uma castanha do Brasil por dia, durante seis meses. Os paciente do grupo controle não consumiram castanha durante o mesmo período.

Passados os seis meses, todos os paciente foram submetidos a testes que avaliaram suas funções cognitivas, mediram as quantidades de selênio e de radicais livres no organismo deles, bem como de proteínas associadas a ação antioxidante. Os pacientes do grupo experimental tiveram o melhor desempenho nos testes cognitivos quando comparados aos pacientes que não consumiram castanha.

Eles também apresentaram aumento significativo na quantidade de selênio e na atividade de proteínas ligadas ao efeito antioxidante.

Houve melhora significativa na fluência verbal, em habilidades motoras e de construção do pensamento dos pacientes que consumiram uma castanha do Brasil por dia, durante seis meses. Os pacientes do grupo controle, por sua vez, não apresentaram alterações.


Qual a importância da pesquisa?
 📑

O consumo de castanha do Brasil teve efeitos positivos sobre a manutenção da função cognitiva dos pacientes. Contudo, ficou provado que o simples consumo das castanhas promove a recuperação do estado nutricional de selênio no organismo, bem como, traz benefícios ao funcionamento do cérebro.

Primeiramente, diante da gravidade e da abrangência do Alzheimer no Brasil e no mundo, os resultados da pesquisa trazem importante contribuição à saúde pública.

Ao passo que, trazem esperança aos pacientes, pois mostram que reverter a deficiência de selênio com um alimento é uma estratégia simples que pode, igualmente, reduzir o risco de doenças neurodegenerativas.

Por fim, essa pesquisa foi vencedora da 28ª edição do Prêmio Jovem Cientista (Categoria Mestre e Doutor), que abordou o tema “Segurança Alimentar e Nutricional”.

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