Como conservar oleaginosas
19/06/2021Carregamento de castanhas pelo Rio Purus.
19/06/2021Na busca por bem estar, demanda por nozes e castanhas deve aumentar.
A princípio, consumidores com maior poder aquisitivo devem procurar mais nozes e castanhas após a pandemia.
Desde já, o novo luxo do consumo pós-pandemia será o bem-estar, conforme apontam especialistas em todo o mundo. Todavia, nesse cenário, a alimentação saudável é assunto cativo: os super alimentos, produtos naturais ricos em nutrientes, assim como, os óleos essenciais, devem estar mais presentes na vida das pessoas, contudo nos países da Europa, Ásia e América do Norte.
Castanhas e nozes, que, nas estatísticas oficiais, estão inseridas no grupo de frutas, figuram no topo da lista.
“Castanhas e nozes são super alimentos que aumentam a imunidade dos consumidores e têm um mercado crescente”, afirma o diretor da divisão de nozes e castanhas do Deagro/ Fiespe, José Eduardo Mendes Camargo. “O mix de castanhas é classificado como alimento fitoterápico.”
No Brasil
Sobretudo, temos destaque na produção de 5 super alimentos : a amazon nut, castanha-de-caju, macadâmia, pecã e baru. Esses poderosos alimentos possuem todas as características que o consumidor moderno deseja, de alimentos fitoterápicos com um apelo sustentável e que geram renda aos produtores.
Castanhas como amazon nut, baru e de caju são extraídas da natureza, mas a produção de macadâmia e noz pecã são comerciais.
Há, segundo a ABNC, em torno de 7 mil hectares de macadâmias, principalmente nos Estados de São Paulo e Espírito Santo, e 4 mil hectares de noz pecã no Rio Grande do Sul.
“A noz macadâmia ocorre a partir do sul da Bahia até o norte do Paraná e a noz pecã, no Rio Grande do Sul”, diz José Eduardo.
“É uma excelente opção de diversificação da lavoura. Existem inúmeras possibilidades de consórcio e é uma produção rentável.”
As processadoras de noz macadâmia e de noz pecã pagam em torno de R$ 10 a R$ 16 o quilo da noz, dependendo do índice de umidade de cada lote. O rendimento para o produtor é de cerca de R$ 40 mil a R$ 50 mil por hectare.
Exportações
Em 2020, as exportações do agronegócio somaram US$ 100,8 bilhões. Sobretudo, o saldo comercial do agro foi positivo em US$ 87,8 bilhões, o maior valor da história. Castanhas e nozes entram na balança comercial juntamente com as frutas, representando algo em torno de US$ 130 milhões dessa fatia. “Poderia triplicar”, afirma José Eduardo.
De acordo com o International Nut Council (INC), o consumo de nozes e castanhas no mundo cresce 7% ao ano, contudo, a produção nacional, apesar do potencial para expansão, está estagnada.
“Enquanto o volume de exportações de castanhas e nozes chilenas, por exemplo, cresceu seis vezes em dez anos, o do Brasil ficou estagnado em aproximadamente US$ 150 milhões”, conta.
“Na Califórnia, em 560 mil hectares cultivados (com árvores de amêndoas, pistache e nozes), o faturamento chega a US$ 10 bilhões.”
Portanto, se o Brasil tivesse seguido o mesmo caminho percorrido pelo Chile, hoje o faturamento do segmento de castanhas e nozes poderia muito bem superar a casa de US$ 1 bilhão”.
Em conclusão, de acordo com José Eduardo, para que o país possa atingir esses números, é preciso expandir os cultivos.
Também será necessário apostar na popularização do consumo interno, assim como, destravar questões tributárias para a exportação.
Fonte: Demanda por nozes e castanhas deve aumentar – Globo Rural Ed. 424 – 03/2021.